sábado, 22 de fevereiro de 2014

Gravidade


Olá cinemeiros.

Agradecendo ao convite do amigo cinemeiro mor Érico, venho aqui escrever algumas linhas sobre um dos filmes mais fantásticos que vi nos últimos anos, Gravidade!
O Plot de Gravidade não é nada novo. Já vimos o mesmo tipo de conflito no ótimo O Náufrago e em outros filmes do gënero, mas em Gravidade a tensão e aflição é levada ao extremo e sequestra o telespectador para dentro da angústia da situação.
Quem não ficou tonto com os rodopios de Sandra Bullock e George Clooney na ausência de gravidade do espaço? Quem não se desesperou com o angustiante realismo dos fragmentos atingindo as estações espaciais e personagens do longa? Enquanto filmes como Star Wars abusavam das explosões e sons no espaço para atrair um público inocente que desconhecia o mundo fora do nosso planeta, em Gravidade o diretor Alfonso Cuarón inteligentemente abre mão dos clichês que hoje só são perdoados nos antigos clássicos e vale-se do realismo extremo para apresentar o thriller de ficção científica à uma audiência amadurecida, extensamente informada sobre fenômenos espaciais e às rotinas dos astronautas fora da nossa casa maior.
Alexandro Castro
Em Gravidade não há explosões, nem sons, nem sangue. O que resultaria em um filme sem sal no passado, torna-se uma experiência admiravelmente real nos dias de hoje e só aumenta a estranha e contraditória sensação de claustrofobia que o filme causa, mesmo se passando no maior de todos os ambientes conhecidos pelo homem.
Do ponto de vista técnico, são muitas, muitas e muitas as inovações e liberdades que o diretor trouxe para o mundo da sétima arte. Na cena inicial, de cara já um dos maiores planos sequência da história do cinema, a câmera brinca com a audiência de forma escandalosa. Há momentos em que o expectador se sente no centro do diálogo entre os protagonistas, sendo a câmera o seu ponto de vista no meio da conversa. Pouco depois, a câmera parece querer fugir da ação e se refugiar da catástrofe que se forma, acompanhando os personagens como se a audiência fosse um terceiro astronauta calado, seguindo os passos dos mais experientes. Em outros momentos, absurdamente bem encaixados, a câmera simplesmente muda durante a ação para uma visão subjetiva, como se o observador incorporasse o personagem sem nenhum único corte de edição! Um absurdo cinematográfico que acredito jamais ter sido tentado antes.
Confesso que após dez anos como designer especializado em computação gráfica, tendo dedicado minha carreira ao mundo da animação digital, motion graphics e efeitos, foi com muita prazer que assisti a diversas cenas sem ter a mínima idéia de como poderiam ter sido executadas. A divulgação meses depois de vídeos mostrando os bastidores das filmagens e os processos digitais que as criaram, só aumentaram a minha admiração pelo trabalho primoroso realizado nessa obra.
Por tudo o que mencionei acima, não há como encerrar sem afirmar que Gravidade foi o melhor filme de 2013. Pode não ter a densidade dos grandes dramas que arrancam lágrimas por gerações. Pode não ter aquela cena de atuação antológica a nível de James Dean e Marlon Brandon que será repetida em youtubes da vida pelos próximos cinquenta anos, mas sem dúvida, nenhum filme ao longo do ano conseguiu tirar a audiência da sua cadeira e colocá-la sofrendo, angustiada e aterrorizada dentro do universo infinitamente imenso e claustrofóbico realizado por Alfonso Cuarón.

Esquentem a pipoca e bom filme.

Alexandro Castro.

Um comentário:

  1. Com certeza esse é um filme que fez muita gente desistir do sonho de ser astronauta hehehe, brincadeira! Cara show de bola, muita gente pensa: que perigos o espaço pode oferecer? bom, esse filme responde dando vários exemplos no decorrer do drama, Sandra Bullock e George Clooney estão sensacionais, apesar da situação de perigo os diálogos são bem inteligentes e com leve toque de humor para suavizar a tensão da situação. Quem diria a Bullock, que já ganhou até o Framboesa de Ouro (o Oscar as inversas, dado aos piores do cinema) concorrendo ao Oscar e com grande chances de levar a estatueta pra casa. Com certeza o melhor filme de ficção espacial depois de Apollo 13 com um final de tirar o fôlego....literalmente ;)

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