quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

CAPITÃO PHILLIPS

Em 8 de abril de 2009 o navio americano Maersk Alabama, comandado por Richard Phillips, foi abordado por um bando piratas magrelos da Somália, liderados por Abduwali Muse. Apesar de algumas manobras para impedir o saqueamento da carga do navio e a violência contra a sua tripulação, Phillips mesmo assim foi feito refém durante uns cinco dias, num pequeno bote salva-vidas junto com os sequestradores somalis que, como não conseguiram pegar o que queriam, levaram o capitão como uma espécie de moeda de troca. E claro que essa história não poderia acabar nada bem e foi contada pelo próprio Phillips em seu livro A Captain's Duty: Somali Pirates, Navy SEALs, and Dangerous Days at Sea cujo mesmo foi adaptado para o cinema e agora concorre ao Oscar de melhor filme.
Para conduzir o longa foi chamado o diretor Paul Greengrass (traduzindo: Paulo Gramaverde) que foi o responsável pela direção de A Supremacia Bourne (2003), Vôo United 93 (2005) e O Ultimato Bourne (2007) entre outros. Gramaverde conseguiu trazer ao espectador um filme que é praticamente tensão do inicio ao fim (tirando os 10minutos iniciais) e, obviamente, contou com belíssimas atuações para conseguir tal proeza. E aqui chamo atenção para dois atores em especial.
O primeiro dispensa apresentações, para interpretar o protagonista nada mais nada menos do que Tom Hanks, que trouxe todo seu talento e experiência no cinema (que até já lhe fizeram ganhador de dois Oscars) para compor o personagem. Hanks evita construir um capitão metido a herói e sem medo algum, em muitos momentos o Phillips de Hanks demonstra ser um cara muito inteligente, porém com medo e inseguranças diante de uma ameaça de morte real, principalmente no fim quando ele demonstra a diferença que existe entre um superastro e um ator medíocre. Confesso que fiquei impressionado com a cena e surpreso por ele não ser cotado ao Oscar de melhor ator.
Outra atuação que merece destaque é do ator somálio Barkhad Abdi, que interpreta o líder dos piratas, o que ele tem de desconhecido ele tem de bom. O cara deve pesar uns 40kg, mas interpreta como ninguém, sabendo passar do sarcasmo à violência apenas com um olhar. O próprio Tom Hanks em entrevista chegou a elogiar a atuação do colega e disse que em alguns momentos chegou a se assustar de verdade com ele. Na minha humilde opinião, ele deveria levar um Oscar também.
Ô menino lindo! Vai assustar o tio Hanks vai

Um fato curioso é que o verdadeiro Capitão Richard Phillips chegou a acompanhar de perto as gravações do longa, mas como bom observador, limitou-se apenas a olhar e deixar que os profissionais dessem corpo à sua história. “Um filme precisa ser dramatizado, e foi o que eles fizeram à perfeição, mas o que é mostrado em cena é uma encenação muito próxima do que aconteceu naqueles dias em 2009” disse Phillips em uma entrevista. Sem dúvida é um ótimo filme para quem gosta de um bom thriller.
Além de melhor filme, Capitão Phillips também concorre ao Oscar em outras cinco categorias: melhor ator coadjuvante (Barkhad Abdi, merecida indicação), melhor roteiro adaptado, melhor edição de som, melhor mixagem de som e melhor montagem. Apesar de o páreo ser duro em todas as categorias, os críticos e especialistas em cinema são categóricos em afirmar que Capitão Phillips deve abocanhar pelo menos duas estatuetas. Pena que Tom Hanks não está concorrendo a melhor ator, pois poderia muito bem levar mais uma “lembrancinha” para sua estante. Grande abraço e até a próxima cinemeiros.


Câmbio e desligo!

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