quarta-feira, 10 de outubro de 2012


Poder Paranormal
Vocês já se deram conta de quantos filmes apresentaram a palavra PARANORMAL em seus títulos nos últimos três anos? Podemos afirmar que essa “onda de paranormalidade” cinematográfica começou com o filme Atividade Paranormal em 2009 e de lá prá cá só tem se expandido cada vez mais. Motivo?! É simples. Hollywood descobriu que essa palavrinha mágica pode gerar um lucro enorme cada vez que ela aparece no nome de algum filme ou que o filme trate desse assunto, direta ou indiretamente.
Em “Poder Paranormal”, cujo o título original seria RED LIGHTS (a explicação ta no filme) a paranormalidade é tratada da forma mais direta possível e entra mais uma vez em cena a luta da ciência em desmascarar os famosos charlatões. O tema é um dos mais polêmicos na vida real e até a ciência se divide entre aqueles que acreditam e os que não acreditam na paranormalidade. E foi isso que o diretor espanhol Rodrigo Cortés tenta mostrar nesse seu segundo trabalho nas telonas, o primeiro foi “Enterrado Vivo”, para isso escolheu um elenco de peso e o resultado foi um filme interessante, mas que não chega a ser nota 10.
No longa, Sigourney Weaver é Margaret Matheson uma cientista que estuda a paranormalidade a mais de trinta anos e afirma que durante todo esse tempo nunca presenciou nenhum “milagre”, é dela aliás uma das frases que torna o trailer interessante “Há pessoas que acham que possuem algum poder sobrenatural e há aquelas que acham que podem nos enganar com truques...as duas estão erradas”. Ela conta com a ajuda do seu assistente Tom Buckley (Cillian Murphy) que é doutor em física e juntos formam uma dupla especializada em desmascarar “atividades paranormais”.
O interessante é que no decorrer do filme, os cientistas dissecam alguns fenômenos metafísicos tudo com base científica e deixando bem claro que, segundo a visão deles, fantasmas e pessoas com poderes paranormais não existem e que o objetivo deles é simplesmente desmascarar atividades fraudulentas. E aqui eu abro um parêntese em afirmar que quem gosta desse tipo de assunto vai achar surpreendente certas cenas em que isso acontece. Obs: Atenção especial na cena em que a dupla desvenda as armações do “vidente” argentino Leonardo Palladino, talvez você ache alguma coisa semelhante no discurso e nos gestos do personagem :)

A rotina deles seguia normalmente, caso após caso em busca de fraude, até o retorno de Simon Silver (Robert De Niro), um vidente cego de fama internacional, que resolve retornar depois de 30 anos afastado das apresentações por causa de uma misteriosa morte de um repórter que o acusava de ser mentiroso. Depois que Silver entra em cena, tanto a vida dos cientistas quanto a dos telespectadores começa a ficar confusa. Tom insiste em investigar os supostos poderes do médium, enquanto que Margareth, por causa de um dilema pessoal, prefere deixar o assunto de lado.
Como Silver é um homem capaz de levitar, entortar talheres, adivinhar pensamentos e fazer outros truques, suas apresentações são sempre lotadas e chamam cada vez mais a atenção de Tom, que se torna obcecado por Silver, ao ponto de ignorar os avisos de Margareth e pedir a ajuda da aluna Sally (Elizabeth Olsen) para investigar o famoso médium. A partir de então, fatos misteriosos começam a acontecer e o telespectador tem que prestar bastante atenção para não se perder na trama cheia de cortes rápidos e diálogos que a princípio parecem incompreensíveis, mas que no final acabam fazendo todo o sentido.
E por falar em final, o filme possui uma reviravolta no fim surpreendente ao mesmo tempo que é totalmente previsível. Pode até parecer algo meio paradoxal, mas o filme envolve o telespectador de uma tal forma que nem percebemos o que acontece bem na  nossa frente. E como o próprio personagem de Cillian Murphy diz: o melhor truque é aquele mais simples. Por isso se você ainda não assistiu, preste bastante atenção, pois todo dialogo está ligado e vai ter uma importância para a melhor compreensão do filme.


O filme não tem nada de sobrenatural ou de terror, tem um pouco de suspense para criar o clima em alguns momentos. O que chama mesmo atenção é a interpretação do elenco principal, atores de qualidades como Robert de Niro e Sigourney Weaver dispensam elogios e sempre arrasam mesmo quando atuam como coadjuvantes. E o destaque dessa vez fica a cargo de Cillian Murphy que vem crescendo como ator a cada filme. Porem, como nem tudo são flores, o filme peca por não explorar os “dois lados da moeda” de forma mais simples e tenho certeza que alguns podem sair do cinema com a sensação de que algo não ficou muito bem explicado.
Mesmo assim, vale a pena conferir. Robert Cortés é um diretor que já mostrou que veio para ficar, que sabe lidar com o posicionamento da câmera, com a iluminação e com o clima de suspense, certamente ainda vamos ouvir falar muito dele. Vou ficando por aqui, mais antes gostaria de dedicar a postagem de hoje a dois amigos: Guilherme Fragas pela indicação do filme e T.S.Frank que além de ser uma cinemeira desde o inicio, também é uma grande fan do ator Cillian Murphy. Um abraço a todos e até a próxima. Câmbio e desligo :D