Djando Livre (Django Unchained, 2012) é um filme
que mostra a transformação de um escravo submisso a um herói corajoso.
Uma mistura de faroeste, lendas alemãs, referências pop, cenas divertidas
e litros e litros e litros de sangue (aff...) para contar a história de um
negro que agora quer reencontrar seu grande amor e se vingar dos seus tiranos.
Django (Jamie Foxx) tem seu destino completamente alterado
quando é comprado pelo Dr. King Schultz (Christoph Waltz), alemão caçador de
recompensas que precisa da ajuda de Django para caçar os próximos procurados
pela polícia. Ele (Schultz) é peça chave na mudança de Django quando diz
"No meu mundo, você suja as mãos". Penso nele como se o autor
do filme quisesse dizer algo além com a personagem. Ora, um alemão que se torna
amigo de um negro, que o ajuda pondo em risco a própria vida, vai até na
contramão da História (Alemanha Nazista, a raça ariana) e até da
própria cultura dos EUA, onde o racismo ainda é forte em muitos lugares.
Schultz liberta Django assim que a missão é cumprida. Depois de
liberto, Django continua na estrada com Schultz, de quem agora é parceiro e a
amizade surgida a partir daí é verdadeira. O clímax da história é a hora
do grande desafio: enfrentar o poderoso Calvin Candie (Leonardo DiCaprio) para
libertar sua esposa, Broomhilda (Kerry Washington).
Stephen (Samuel L. Jackson) é uma personagem a parte também. Ele
é um velho capataz negro, da casa de Calvin
Candie, que oprime outros negros. Olha que ironia. E ainda fala
"esse negro vai dormir aqui?" Ele trata com muita lealdade o senhor
Candie, mas age como um branco tirano com os demais escravos e é ele justamente
a pedra do sapato de Django.
Bom, o sr. Candie é o branco racista que todo filme de escravos
tem. O encanto da atuação de DiCaprio é a ironia e o sarcasmo quando trata
Django, ao lado de Schultz, como convidado na frente dos demais negros. As
risadas, os olhares debochados quando oferece a sobremesa do jantar "Bolo
branco?"
Dos muitos detalhes e referências que o filme tem, gostaria de
atentar o da fotografia também. Por ser um filme faroeste, a fotografia é muito
rica e dá gosto de ver o: jogo de sombras, o andar com as vestimentas das
mulheres, o gracejo e o dominar dos homens para com os cavalos e a bala que
nunca erra seu alvo até mesmo quando este está em movimento.
Uma cena bem interessante é quando Django dá uma surra de
chicote num branco que castigava escravos. Conseguimos sentir toda a raiva
descontada de Django em anos de escravidão .É como se ele desse
uma chicotada em cada branco castigador maldito.
Com toda sinceridade, filmes com muito sangue me dá náuseas e
outras reações. Nunca pensei que um dia diria isso, mas eu consegui assisitir a
um filme de Tarantino e gostei: Django Livre. E você, gostou do filme?
Hasta la vista, baby!
Por Nyvian Barbosa,
cinemeira honorária