Cinemeiros, nesse fim de semana
fui ao cinema curtir esse filme chamado “O Protetor”, uma parceria do diretor
Antoine Fuqua com o ator Denzel Washington, digo parceria pois os dois já
trabalharam em “Dia de Treinamento”, filme responsável pelo Oscar de Melhor
ator de Denzel. Fuqua dirigiu, além de “Dia de Treinamento” em 2001, no ano
passado o filme “invasão à Casa Branca” com Gerard Butler e Morgan Freeman, em
2007 “O Atirador” com Mark Wahlberg e Danny Glover, em 2004 “Rei Arthur” e em
2003 “Lágrimas do Sol” com Bruce Willys e Mônica Bellucci. Já Washington é um
ator consagrado, premiado com Óscares (Melhor ator e Melhor ator coadjuvante
com “Tempo de Glória” em 1989), Globos de Ouro (Melhor ator Drama com “Hurricane
– o Furacão” de 1999, Melhor ator coadjuvante de cinema com “Tempo de Glória”
de 1989), Bafta (Pelo conjunto da obra em 2007) e Ursos de Prata (Melhor ator
com “Malcolm X” em 1993 e com “Hurricane – O Furacão” de 1999).
O filme “O Protetor” foi
inspirado numa série americana “The Equalizer” (título original do filme), que
traduzindo ao pé da letra seria “O equalizador” ou melhor “o resolvedor de
problemas” imaginemos, já deu para sacar a linha do filme. Em “The equalize” a
série, que foi ao ar de 18 de setembro de 1985 até 24 de agosto de 1989,
dividiu-se em quatro temporadas com 22 episódios cada, exibidos pela rede CBS
nos Estados Unidos. Na série Robert McCall é um homem misterioso que colocava
anuncio em jornais como “Solucionador de Problemas” com número de telefone para
que as pessoas necessitadas financeiramente pudessem entrar em contato, a
pessoa comunicava o problema e Robert resolvia (investigava ou protegia), e o
melhor de tudo, sem cobrar nada. Robert recebia a ajuda de um grupo de
ex-colegas da CIA, que apareciam à noite e juntos eles saiam pelas ruas da
cidade combatendo o crime, no entanto Robert (na série) enfrentava sérios
problemas na família, principalmente com os filhos, que moravam com a mãe. Ele
era divorciado. Chamava a atenção na série, além das habilidades de Robert
McCall as armas que ele usava e a trilha sonora da série.
Denzel Washington é Robert
McCall, uma pessoa pacata que tem vida simples, com seu emprego comum, e o
hábito de ler livros que de certa forma divulgam sua personalidade ou a esconde
(o filme não deixou claro). É percebido logo nas primeiras cenas, que McCall
tem uma espécie de “tic”, ele sempre deixa as coisas postas no seu devido
lugar, os objetos não ficam aleatoriamente em algum ponto, ele os deixa em locais
significativos, para ele. É notável isso, nas cenas do bar e no seu
apartamento. McCall parece ser mais um na multidão, até que percebe coisas
erradas acontecendo com sua “amiga de bar” Teri, que demonstra interesse pelos
gostos do “homem simples”, fazendo com que ele passe a se importar de certa
forma e observe o estilo de vida da agora até então ignorado por ele. Numa dessas
noites no bar, Teri apareceu com um lado do rosto marcado por violência, mas
poderia ter sido um acidente doméstico, coisas assim são comuns de acontecer,
porém após uma longa e divertida conversa com a amiga, McCall a acompanha até
sua casa, no caminho eles são interceptados por um carro estranho com pessoas
estranhas que levam Teri e deixam McCall só. Até aí, parecia que haveria algum
envolvimento do personagem de Denzel Washington com a jovem prostituta (é não
mencionei, mas essa era a profissão da jovem). Nas noites seguintes, McCall não
teve mais a companhia da amiga, até que soube que ela estava internada na UTI
de um hospital da cidade, daí por diante o filme literalmente começa.
A partir daí, McCall que acabou
descobrindo o motivo da surra que a moça levou e tomado por um desejo de
vingança e justiça, resolve procurar os “patrões”, levado por informações de
uma cólera de Teri, que conversou com McCall no hospital, sem saber essa
conversa custaria caro à moça. McCall mostra seu talento, quando faz uma
proposta ao chefe da moça e este muda os termos, percebendo que a barra era
pesada, McCall analisa friamente tudo o que há na sala, os movimentos, os
objetos, as possibilidades, enfim, tudo que poderia ajudar ou prejudica-lo numa
luta foi analisado, após isso o “homem pacato” saciou seu desejo de vingança e
justiça matando todos os barras pesadas presentes na sala, de uma forma que a
cúpula maior da organização achou que fosse uma gangue rival ou até as forças
armadas que houvera passado por ali.
Lógico que a coisa foi ficando
feia para McCall, mas nesse meio tempo, o filme apresentou algumas situações
que lembraram a série, como: a mãe de um amigo hispânico seu que fora assaltada
e teve sua loja queimada, depois descobriu que policiais corruptos tinham sido
o autor do ato criminoso, McCall vai atrás e dar uma surra nos dois, ordenando
que eles devolvessem o dinheiro, e a cena bem de série dos anos 80 acontece, no
dia seguinte os dois policiais aparecem na loja da mãe do rapaz e devolvem o
dinheiro que havia sido extorquido. Outro momento foi num assalto onde McCall
trabalha, o assaltante conseguiu levar o dinheiro, pois na análise do protagonista
não havia condição de impedir sem pôr em risco a vida de algum inocente, coisas
bem Batman. Aliás, na cena dos policiais corruptos, a ação de McCall lembrou
muito a do Homem-Morcego, além claro da primeira cena de ação, em que ele usa
saca rolhas para matar um dos criminosos, lembrando muito outro herói, McGiver
(McGiver não matava eu sei, mas o fato de usar objetos simples e transformar em
armas perigosas foi o que lembrou o herói de “Profissão Perigo”).
A organização a qual McCall se
meteu tem origem russa, e o filme faz questão de deixar claro que matar e fazer
sofrer é a especialidade deles, como se já não bastasse a crueldade com que os
chefões espancavam as garotas, ainda o filme mostra uma violenta conversa do
enviado de Moscou com os irlandeses, o cara só não matou o chefe dos irlandeses
por que ele queria apenas deixar um aviso. Esse aviso foi entendido por que
assistia ao filme, violência maior viria por aí, aliás a primeira cena de
confronto, em que McCall mata membros da organização russa, é muito violenta.
McCall passa a ser perseguido pela organização e aos poucos ficamos sabendo
informações sobre a vida do personagem de Denzel Washington, que ele é um
ex-agente da Cia, que sua mulher morreu e que ele forjou a própria morte, isso
ficou claro na conversa de McCall e sua ex-chefe, que numa espécie de “M”, simbolicamente,
dá a ordem para McCall acabar com toda organização Russa e se der tempo com
todos os russos do universo. Isso quase aconteceu.
A violência, os detalhes e a
trilha sonora são pontos que merecem destaque nesse filme. Sobre a violência já
destaquei a primeira cena de embate do protagonista com os cafetões, mas há
outras cenas que merecem destaque também, não só pela violência, mas também
pela crueldade excessiva. O fato da câmera congelar mostrando possíveis objetos
que ajudarão McCall a vencer os oponentes e o fato dele cronometrar suas ações
também chama atenção, mas nem sempre ele tirará o tempo, como na cena final por
exemplo. A trilha sonora também é uma das melhores, eles fizeram a coisa muito
bem feita, principalmente quando McCall aparece do nada, ou nos sons de tiros e
explosões, sons de carro de gritos, tudo muito bem definido além dos momentos
de tensão e de calmaria, isso com certeza ajudou muito o filme.
Em alguns momentos o filme faz
questão de deixar claro que não é só o que está visível, que não se trata
apenas de vingar uns tapas que uma amiga levou do cafetão, mas que o sentimento
que move Robert McCall é muito maior, que para ele, lutar contra injustiças não
é coisa que o incomode, assim como na série dos anos 80, em que o personagem
saía pela noite com um grupo misterioso combatendo o crime, neste filme McCall
não tem ajuda de grupo algum, mas de pessoas que ele ajudou e que estavam
sofrendo injustiças. Muitas questões ficaram no ar, quem é? De onde vem? O que
já fez? Por que não tem filhos? Ou tem filhos? Qual a
profissão? Coisas simples mas que o filme não responde, no entanto deixam clara
a vontade de responder todas essas questões, fazendo com que o cinemeiro deixe
a sala de cinema com aquela quase certeza de que uma continuação virá, caso
isso não aconteça a culpa será da desídia dos produtores, afinal história tem
muito para isso.
Elenco: Denzel Washington
Chloë Grace Moretz
Marton Csokas
Melissa Leo
Direção: Antoine
Fuqua
Cinemeirosnews will return!
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