sexta-feira, 13 de julho de 2012

James Bond 50 anos: On her Majesty`s Secret Service. (1969).


Olá cinemeiros, estou aqui para comentar sobre este filme que para muitos foi um dos piores da série. Estou falando do "A Serviço Secreto de Sua Majestade" o filme de 1969 produzido pela EON que simbolizou a despedida de James Bond dos anos 60, este filme provocou duas reações: uma foi a decepção, afinal os fãs não viram Sean Connery como Bond e logo condenaram toda a trama...nada prestou, nada funcionou, nenhuma mulher era bonita, o novo Bond não tinha talento, enfim... A outra decepção veio anos depois, quando novos expectadores, novos fãs vieram e assistiram o filme com calma e perceberam que o Bond de George Lanzemby era muito mais parecido com o Bond dos livros de Ian Fleming do que o Bond criado pela EON para o cinema, por isso, para o segundo grupo (eu me incluo nesse grupo) esse foi um dos melhores filmes da série.
No livro, James Bond é o inverso do que Sean Connery mostrou nas telas (não foi culpa do Sean!) , talvez por isso, somente os livros fizeram sucesso, comparados a série de TV, claro que, o filme também fez sucesso, criou a Bondmania, trouxe um Bond sedutor, irreverente e autodidata que se adapta a qualquer tipo de situação, que sabe tudo, que acerta tudo e que pode tudo.
Já o Bond de George Lanzemby foi um Bond real, que não usou as invenções do Q, ainda teve inimigos e cenários realistas, além de ter se apaixonado, se declarado, ter pedido alguém em casamento e ter se casado... esse foi o James Bond que se despediu dos anos 60, fazendo com que muitos pensassem que esse fosse o último filme do espião de Vossa Majestade.
Durante as filmagens de You Only Live Twice (filme que fechou seu contrato com a EON) Connery e os produtores Broccoli e Saltzman conversaram várias vezes sobre renovação do contrato do ator por mais 5 filmes, porém os desejos não se encontravam... Broccoli e Saltzman queriam uma renovação para 5 filmes e um aumento razoável para Connery, este porém queria a co-produção dos filmes que ele atuasse (algo que é normal hoje em dia como: Cruise com Missão Impossível; Gibson com Máquina Mortífera e Vágner Moura com Tropa de Elite.), o que foi negado pela dupla de produtores.
Assim, ficou a incógnita sobre quem seria o James Bond do próximo filme: Connery? outra pessoa? ou será que poderia haver Bond sem Connery? Muitas questões foram formadas... o que ajudou a promover os filmes lançados em 1967: You Live Only Twice e Casino Royale.
Sim, a EON respondeu, é possível ter James Bond sem Connery e apresentou George Lanzemby, que foi descoberto por Peter Hunt (Diretor do filme) num comercial de tv e que depois de uma conversa entre Broccoli e Lanzemby, puderam anunciar o novo James Bond.
Essa não foi a única mudança, além de Lanzemby como James Bond, o vilão Blofield que havia sido interpretado por Donald Pleasence não pode continuar, então contrataram Telly Savalas, a direção também havia mudado pois o roteirista dos cinco filmes anteriores Peter R. Hunt pediu para assumir a direção e assim deixou de fora Lewis Gilbert, que havia dirigido o filme anterior.
A época também foi propícia para a filmagem desse filme, pois ele seria filmado antes (1966/1967), mais "Só se vive duas vezes" tomou seu lugar, por dois motivos: brigas judiciais e também os locais para filmagem não eram os ideais para os roteiristas e no ano de 1968, em outubro, teve início a produção desse incrível filme de James Bond.
O filme começa quando James Bond dirigindo em alta velocidade por uma estrada em Portugal, o rosto do agente secreto não é mostrado para que a identidade do ator não fosse revelada, sendo ultrapassado por outro carro com mais velocidade, quando Bond chega até a praia, observa à distância uma mulher andando sem rumo para o mar, ela parecia sem noção até que entrou na água, Bond não titubeou e deduziu que ela iria se suicidar, então correu para evitar, mas foi interceptado por dois assassinos que queriam matar Bond e a mulher, Bond conseguiu vencer os dois bandidos, e se apresentou a mulher misteriosa, aí surgiu a lendária frase: "Meu nome é Bond, James Bond!" (antes, com Sean Connery era apenas: "Bond, James Bond!", sacou????), até que um dos assassinos conseguiu se reerguer e atrapalhou Bond, então a mulher escapou, após isso veio uma indireta para Sean Connery, quando Bond disse: "com o outro, isso não acontecia".
Bond encontrou a mulher novamente no cassino do hotel, ela fez uma aposta alta, perdeu e não teve dinheiro suficiente para pagar, Bond se ofereceu e pagou a quantia, então eles acabaram se conhecendo "melhor", primeiro Bond foi ao quarto dela, já no quarto da moça, teve trabalho, pois encontrou um capanga pronto para matá-lo, então lutou e venceu o misterioso assassino...depois já conformado Bond foi até o seu quarto e lá encontrou, enfim, a mulher, chamada Teresa, Bond a interrogou e deu uns tapas nela, depois... vocês sabem James Bond e uma mulher bonita no quarto só podia dar no quê???
Ao amanhecer, Bond acordou sozinho e encontrou o pagamento da dívida de Teresa com ele, ao sair, Bond foi sequestrado e levado até Draco, um mafioso perigosíssimo que já havia atrapalhado a vida do MI6, porém Draco fez duas revelações a Bond: a primeira é que ele sabia o paradeiro de Blofeld e a segunda foi a revelação de que era o pai de Teresa, além dessa revelação, Draco fez uma proposta, que ele se casasse com Teresa para que ela pudesse ter alguém que a controlasse, em contra partida, Draco pagaria a Bond 1 milhão de Libras, Bond não aceitou, mas concordou manter contato com Teresa em troca de informações sobre Blofeld.
Bond retornou a Londres e foi mal recebido por M que não gostou do sumiço de seu melhor agente, então Bond por escrito pediu demissão, mas Moneypenny trocou a palavra demissão por férias, que foi prontamente concedidas a Bond.
As informações vieram na festa de aniversário de Draco, realizada numa cidade pequena em Portugal, Draco proporcionou o encontro de Bond e Teresa ou Tracy, que não gostou muito da situação e percebeu que Bond se aproximava por causa das informações, então Tracy obrigou seu pai a contar para Bond o que sabia, para que
Bond não tivesse o trabalho de ficar sempre ao encontro dela....mas esse foi o erro, Draco disse a Bond o que ele queria saber, em compensação...Bond não largou mais Teresa.
Bond iniciou um namoro com Tracy, as cenas são impressionantes para os fãs do agente secreto, digo até inimagináveis, deixou a entender que aquele seria o último filme da série, pois Bond namorou firme, causando surpresa até no pai da moça.
Bond foi com Tracy e Draco à Suiça, onde descobriu  que Blofeld queria provar sua ligação sanguínea com o Conde Balthazar de Bleuchamp através de Sir Hilary Bray do Colégio de Armas de Londres. Então, Bond retornou a Londres e pediu autorização para ir à Suíça no lugar do professor em heráldica.
Bond chegou à Suíça disfarçado, conheceu o local onde Blofeld se escondia, conheceu o centro de tratamento anti alergênico em Pis Gloria nos alpes, lá...(grifo meu) sem brincadeira, nunca vi James Bond no meio de tantas mulheres juntas, eu contei 14, mas poderia haver mais...Bond ou melhor Bray demostrou seu conhecimento a respeito da heráldica, mas deixou claro que não gostava de mulher, porém por baixo da mesa, uma das "hospedes" deixou marcada em Bond com batom o número do quarto, e aí...é brincadeira... brincadeira... Bond foi lá e jogou àquela cantada...primeiro ela perguntou: "Achei que você não gostasse de mulher?"...e Bond: "Eu não gosto de qualquer mulher, gosto de você, você é especial e blá, blá, blá!!!" no meio da madrugada Bond foi a outro quarto, levando um livro sobre heráldica, mas ela queria saber por que ele não gostava de mulher.... logo Bond respondeu: "Não gosto de qualquer mulher, gosto de você, você é especial e Blá, blá, blá..." rsrsr.. foi aí que Bond descobriu o que fazia aquele monte de mulher no centro de tratamento de Blofeld nos Alpes. Era feito uma lavagem cerebral no momento em que elas ouviam uma fita hipnótica que as instruiam a disseminar (sem saber) por onde fossem, um germe que esterilizaria animais e vegetais iniciando assim uma guerra bacteriológica.
Quando voltou ao seu quarto, já cansado, o nosso herói foi surpreendido com mais uma hóspede de Blofeld, que estava curiosa e queria saber o motivo do Sr. Bray (Bond) não gostar de mulher, então ele explicou que não gostava de qualquer uma, mas que ela era diferente e Blá, blá, blá....
Porém, Bond foi descoberto, Blofeld desconfiou quando Bray disse que seria necessário que eles fossem a outro país para continuar as pesquisas, também um ajudante de Bond, que havia tentado escalar os alpes, foi capturado e torturado, confessando assim sobre o disfarce do nosso herói. Bond foi preso na sala de máquinas onde escapou e numa emocionante perseguição pelos Alpes chegou até uma cidade onde reencontrou Tracy.
Após isso meus amigos, se iniciou uma sequência de ação das mais incríveis da história do cinema, para mim foi ao lado da sequência de Thunderball as melhores de todos os tempos dessa série, além do mais, confesso que, quando tocou "James Bond Theme", fiquei esperando o momento do Sean Connery aparecer, o que, claro, não aconteceu... contudo acredito que nele (no Connery) deve ter ficado um certo arrependimento, depois que On Her Majesty`s Secrets ficou pronto, pois seria um excelente filme para ele ter atuado, de fato...Sean Connery fez falta, o Bond feito por ele fez falta, mas não nego que o Bond de George Lanzemby não deixou por menos...
Após a sequência, veio o casamento de Bond e Tracy (nesta cena pela primeira vez o "Q" chamou Bond pelo primeiro nome), dessa vez de verdade, Bond levou a moça ao altar e disse "yes", o Aston Martin foi enfeitado com aqueles penduricalhos tradicionais de casamento, com direito a arroz na saída e o chapéu arremeçado às mão de Moneypenny que não parava de chorar, de fato, parecia o fim da série.
Mas ainda faltou um capítulo, na verdade um resto de capítulo que por pouco não ficou para "Os Diamantes São Eternos", uns poucos minutos de filme, e digo como um fã de James Bond, onde vi a cena, talvez a mais  triste dos filmes do agente secreto (e tinha de ser feita justamente pelo ator que mais foi criticado na história), que influenciou toda a sequência a partir daquele momento a vida do personagem, quando Bond parou o carro no acostamento para retirar os enfeites do carro, durante a retirada dos penduricalhos, Tracy foi assassinada.... Blofeld e sua fiel escudeira Irma Bunt passaram e metralharam o carro de Bond, por pouco Bond não foi atingido, mas...Tracy, Tracy não escapou, morreu na hora, alguns segundos depois, um policial se aproximou e perguntou o que estava acontecendo... Bond, desolado, respondeu: "Está tudo bem, nós temos todo o tempo do mundo!"
John Barry compôs a trilha sonora. Ao contrário dos filmes anteriores, a música-tema é instrumental, porque Barry achou que o título do filme só poderia ser incluído se fosse uma composição operática no estilo de Gilbert e Sullivan.
Barry também compôs "We Have All the Time in the World" com o letrista Hal David(parceiro regular de Burt Bacharach), cantada por Louis Armstrong. Ouvida nas cenas de romance de Bond e Tracy, a canção foi a última gravação de Armstrong.
Eu, particularmente, gostei muito desse filme (gravado na Suíça, Reino Unido e Portugal e ter sido o filme mais longo dentre todos), guardo-o com muito carinho num lugar especial(esse em especial mostrou que a trilogia Bourne e Missão Impossível é coisa para "aspira") vale a pena conferir.

George Lazenby (James Bond), Diana Rigg (Tracy Darco), Telly Savalas (Ernst Stavro Blofeld), Gabriele Ferzetti (Marc-Ange Darco), Ilse Steppat (Irma Bunt), Lois Maxwell (Miss Moneypenny),
George Baker (Sir Hilary Bray), Bernard Lee (M), Bernard Horsfall (Campbell), Desmond Llewelyn (Q), Yuri Borionko (Grunther), Virigina North (Olympia), Geoffrey Cheshire (Toussaint), Irvin Allen (Che Che), Terence Mountain (Raphael).
Dirigido por: Peter R. hunt.


Treiler:





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