Olá gente fina, o Cinemeirosnews orgulhosamente tem o prazer
de apresentar a saga do agente secreto mais popular da história do cinema,
Bond....James Bond. Neste ano, 007 (James Bond) completa - mas precisamente em
outubro - 50 anos de cinema, do lançamento do 1º filme, Dr. No.
Antes, vamos viajar no tempo, precisamente ao ano de 1953, ano
em que Ian Fleming lançou o livro Cassino Royale, que tinha como protagonista o
James Bond.
Para Ian Fleming não foi fácil e ao mesmo tempo foi moleza
escrever o livro Cassino Royale, pois ele teve de reunir de forma ficta suas
histórias mal sucedidas na Marinha Britânica ao mesmo tempo, se inspirar num
modelo que existia, vivo, para dar características ao James Bond.
Esse “modelo” se chamava Dusko Popov, um espião sérvio, que
na Segunda Guerra Mundial, transmitiu informações falsas para os Nazistas
enquanto espionava verdadeiramente para os Aliados, ou seja, era um agente
duplo. Popov era boêmio, frequentava sempre lugares badalados, tinha o estilo refinado, gosto pelo jogo, a
incapacidade de resistir a belas mulheres, mas... estava na companhia de uma,
além de sua a astúcia, sua inteligência etc.... Isso lembra alguém??
Popov e Fleming se conheceram durante a Segunda Guerra.
Fleming fazia parte da Inteligência Naval Britânica, resumindo tudo: Popov era
tudo o que o Fleming queria ser e não foi, mas de certa forma acabou sendo. Nas
páginas de seu livro e depois no cinema através do personagem James Bond.
Os livros escritos por Fleming sobre 007, foram:
- 1953 – Cassino Royale.
- 1954 – Live and Let Die.
- 1955 – Moonraker.
- 1956 – Diamonds are forever.
- 1957 – From Russia With Love.
- 1958 – Dr. No.
- 1959 – Goldfinger.
- 1960 – For Your eyes only (Livro de contos).
- 1961 – Thunderball.
- 1962 – The Spy who Love me.
- 1963 – On her Magesty’s Secrets Service.
- 1964 – You only Live Twice.
- 1965 – The Man with the golden gun.
- 1966 – Octopussy and the living daylights (Livro de contos)
Todos os livros foram escritos na Jamaica, no refúgio de
Fleming, numa casa chamada GoldenEye (operação militar de mesmo nome que visava vigiar e proteger Gibraltar, uma ilha
pertencente ao Reino Unido localizada entre a Espanha e a África).
Criar um personagem, pôr tudo o que queria ser e não foi
além de dar: características, ambiente, história, enfim, não deve ter sido
fácil, mas, o que não deve ter sido fácil mesmo, foi dar um nome para esse personagem.
Fleming observou, numa noite fria e chuvosa, na cabeceira de
sua cama o livro que sua esposa costumava ler antes de dormir, nesse livro era
apresentado um estudo sobre os pássaros do Caribe, e o Fleming gostava muito do
Caribe. Bem, o autor desse livro? Bond...James Bond, exatamente, James Bond, na
vida real, era um Omitólogo (pessoa que estuda os pássaros), inclusive foi um
dos disfarces usado pelo personagem numa de suas aventuras, você sabe qual???
O sucesso de Cassino Royale foi tão grande que em 1954 um
grupo norte-americano de TV conseguiu a permissão de Ian Fleming para inserir uma adaptação de Cassino Royale na Série de TV chamada "CLIMAX".
Nesse seriado, James Bond era conhecido como Jimmy Bond e
foi interpretado por Barry Nelson. Bond era americano, agente da Cia e o amigo
dele, Félix Leiter, era o agente do MI6.
Além disso, o seriado também teve Bondgirl, Linda Christian
que interpretou Valerie Mathis e não Vesper Lynd como no livro.
Tudo estava muito bem, tudo estava muito bom. Seriado com
uma hora de duração, propaganda, muita expectativa, mas, o resultado foi um
fracasso total, o público não se identificou, achando a história muito chata e
que o tal Jimmy Bond não deveria nunca mais aparecer de novo, ou seja, babou
geral.
Ian Fleming passou a ser muito criterioso com as adaptações
que por ventura poderiam ser feitas, além do
mais o fracasso na TV americana deixou várias lições, contudo ele queria fazer uma tentativa no cinema.
Em 1954, Bond já estava na segunda aventura, Live and Let
Die, e Fleming não queria que o seu personagem tivesse interpretações sem
critério, por isso, no livro seguinte, Moonraker, Fleming descreveu James
Bond: alto, moreno, olhar penetrante,
viril, porte atlético, sedutor, conhecedor de vários assuntos, irônico, com
idade entre 30 e 40 anos (acho que Ian Fleming, sem querer, acabou descrevendo
alguém que vocês conhecem bem), tinha como bebida preferida a Vodka-Martini,
com gelo batido e não mexido (55ml de vodka com gelo cubo; 15ml de vermute
seco; 1 casca de limão; bata tudo na coqueteleira, incluindo o gelo; coe duas
vezes numa taça gelada de coquetel; esprema uma casca de limão no coquetel e
não jogue, deixe-a na borda da taça e me sirva, vestida só de.....deixa pra
lá), exímio atirador com licença “00” para matar, como era o 7º agente da
categoria, então seu número ficou 007, além disso, Bond, ainda seria um perito
em artes marciais, torcedor do Nacional-Am, do Flamengo e Blogueiro...é
realmente Ian Fleming descreveu alguém que vocês conhecem muito bem.
Paralelo ao insucesso na TV americana, Fleming continua a
escrever as aventuras do 007, mas, em 1961, dois produtores; Albert Broccoli e
Harry Saltzman o procuram para fazer uma adaptação de 007 para o cinema.
Fleming relutou de tudo quanto foi jeito, já que havia
lançado o 9º livro da série James Bond (Thunderball) e como este estava fazendo
sucesso na Inglaterra, assim como os anteriores, não queria correr o risco de um novo
fiasco e assim prejudicar o desempenho nas livrarias. Então (que bom, que
bom, que bom, que bom) Broccoli e Saltzman tiveram de ser mais insistentes e,
enfim, convenceram Fleming em dezembro de 1961, então James Bond, enfim iria à
tela grande.
Para adaptar 007 ao cinema foi necessária um considerável
quantia monetária, pois teriam de adquirir os direitos de adaptação dos livros, produzir o filme e lançá-lo. Então, Broccoli e Saltzman criaram a
Danjaq para resguardar os direitos sobre o personagem e também a EON que estava
autorizada a produzir os filmes de James Bond, com essa organização, garantiram
a verba.
Depois de garantirem tudo e pagar quem deveriam pagar para
poderem gravar o filme, a dupla de produtores contrataram Terence Young para
ser o diretor.
Terence Young
A primeira coisa que Terence Young fez, e não poderia ter
sido diferente, foi indicar Richard Johnson para fazer Bond, mas Saltzman
preferia Roger Moore, que nessa época estrelava o seriado “O Santo” na Tv Inglesa
e por isso não aceitou o convite para viver Bond no cinema (guarde este nome.... ainda escreverei muito
sobre ele), então os produtores definiram o perfil para o Bond ideal no cinema:
corajoso, glamuroso (ui!) e de personalidade.
Richard Johnson
Roger Moore
Assim, um amigo do diretor Peter Hunt apresentou Sean
Connery, um completo desconhecido no mundo da Sétima Arte, mas com alguns filmes no curriculum. Na entrevista, com
Albert Broccoli, Connery convence de uma forma peculiar e consegue o personagem:
após pôr o pé na mesa, bater a porta com muita força, alterar o volume de sua
voz grave, mostrar personalidade envolvente com seus quase dois metros de
altura e sair andando, como o próprio Broccoli descreveu, naturalmente como um
gato. Assim, Boccoli vira para Saltzman e diz: “Este é o James Bond!”
Sean Connery
Ian Fleming também participou da escolha do elenco. Primeiro
apoiou a indicação de Roger Moore (o que inviabilizou a vontade do diretor.
Young preferia Richard Johnson, lembra?),
mas gostou de Sean Connery para o papel de 007. Os outros atores, praticamente,
foram indicados por Fleming, como: Bertrand Lee (M), Lois Maxwell (Miss
Moneypenny), Jack Lord (Felix Leiter) e Anthony Dawson (Professor Dent).
Uma curiosidade somente para os fãs. O primeiro filme
deveria ser “Thunderball”, mas uma Estrela Azul contou que, dois roteiristas
ingleses, McClory e Jack Whitinghan ajudaram Fleming a escrever alguns roteiros
de filmes de 007 para o cinema, entre eles, Thunderball. Fleming teria
repassado à EON os direitos sobre a obra sem o consentimento dos “considerados”
e omitindo os seus nomes, assim a briga foi feia e parou nos tribunais
londrinos. McClory venceu, fazendo assim que Thunderball ficasse indisponível e
Dr. No, um livro de 1958, passou a ser a primeira adaptação de James Bond para
o cinema.
Não foi fácil filmar o primeiro filme, com orçamento curto e
o elenco ainda por fechar, a equipe de filmagem viajou à Jamaica. Enquanto isso
na Sala de Justiça, brincadeira foi em
Londres, a equipe de produção fechava o elenco e procurava algum músico para
compor a trilha sonora para o filme (um assunto para Leco Lopes). Encontraram
Monthy Normam e Maurice Binder, este criou a famosa sequência dos pontos
brancos na abertura do filme e posteriormente a cena do Cano da Pistola, onde
James Bond aparece pela primeira vez para o seu público, e aquele compôs a
famosa The James Bond Theme.
Assim, procurem curtir o resultado, o filme se chamou Dr. No
e no Brasil ficou conhecido como “007 contra o satânico Dr. No”. No Japão houve
uma pequena falha na comunicação e o filme iria estrear como “Dr.? No!”
rsrsrsr, isso gerou inclusive uma
brincadeira na EON: Dr.? No, No, No!!!
Voltando ao assunto, o filme começa quando James Bond chega na sede do MI6 e
logo é perseguido então... peraí, estamos falando do "personagem", que
nesses 50 anos se firmou como a maior franquia cinematográfica de todos os
tempos, então não dá para falar tudo agora, ficará para outro dia, afinal, Bond
ditou tendências: na moda, nos costumes,
na música, na forma de produzir os filmes etc.
siteografia:
Contato:
Cinemeirosnews will return!!!!
T+!!!
Mais uma vez o cinemeirosnews está de parabéns, em especial ao Alexandre Jorge ... excelente ideia em homenagear um personagem tão importante que fez e continua fazendo história no mundo do cinema ....a RESENHA ESTÁ EXCELENTE!!! muito convidativa a entrar no mundo de James Bond... estou ansiosa para as próximas postagens ...
ResponderExcluirPaloma
Meu amigo vc ta de parabéns. Muito boa a sua matéria e me deu até vontade de ler os livros e rever os filmes. Pelo visto já deu para perceber que essa nova sessão vai ser muito boa. Já estou no aguardo da próxima matéria ô nobre amigo cinemeiro hehehe
ResponderExcluirÉrico
Parabéns aosS "CINEMEIROS" de plantão pela rica postagem!!!!!
ResponderExcluirOlha sua postagem sobre o Bond ta excelente. eu gostava pra caramba dos filmes do Pierce Brosnan, mas ai veio a trilogia Burne, e nunca mais consegui achar o Bond tão bom, nem mesmo em cassino royale !
ResponderExcluirObrigado Cinemeiros pelo apoio, visto que é muito importante
ResponderExcluirter este feedback ou retorno para que as próximas postagens
sejam melhores do que esta.
A intenção de fato foi deixar o clima de ansiedade, pois serão mais ou menos 24 ou 25 postagens sobre James Bond, ainda não sei bem o certo.... só de filmes são 23, então, até novembro vocês irão ler muito sobre o Bond...James Bond.
Também tive essa impressão (de ter sido minha melhor postagem) quando terminei de escrever... além de procurar ter muito cuidado com as informações e com as fotos, ainda sou fã da série, imagina... o que traz uma emoção a mais.
De fato, Bond passou por muitas mudanças desde a década de 60, e nós veremos isso, até mesmo para adaptarem o personagem a cada década que chegava... e ao que parece os produtores e roteiristas não conseguiram encontrar um modelo específico para o Bond do Século XXI....veremos, lá pelo mês de julho hehehehe, as diferenças do Bond do Brosnan e do Craig...e o porquê da mudança de estilo e de ator...no mais a trilogia Bourne está entre as minhas preferidas também... mas não coloco superior ao Bond (por que foi apartir do filme Dr. No, que é o assunto do próximo post...não percam, que todos os outros vieram)e sim no mesmo nível do Ethan Hunt... mas todos os filmes de espionagem me atraem... inclusive Austin Power e o engraçadíssimo Johnny English.
Para todos um forte abraço e o meu muito obrigado por esta contribuição riquíssima que vocês proporcionam ao Cinemeirosnews... espero que curtam a musiquinha também...
T+!!!
Parabéns pela postagem, Alexandre! Excelente! um clássico, porém confesso que não sou muito fã desse tipo de filme. No entanto, darei uma de mulherzinha fútil aqui: Sean Connery e Roger Moore eram simplesmente linnnnnndos!!! Verdadeiros MusosDivos!!! haahhahahaah
ResponderExcluirbjks JoicySorciere => Blog Umas e outras...
Alexandre!
ResponderExcluirPostagem com tal conhecimento nunca tinha visto! Não tenho o seu conhecimento sobre a trajetória e aprendi muito com você
Lu
Alexandre, tal como a Luciana, assisti diversos filmes do James Bond, porém, você tem uma bagagem e tanto, um conhecimento muito grande para nos passar sobre o tema. Estou seguindo seu blogue e com mais tempo, quero ler alguns posts atrás, pois vejo que aqui tem conteúdo dos bons.
ResponderExcluirAlgo sobre este post em particular me chamou a atenção: saber que alguém chamado James Bond realmente existiu! Eu nunca ia imaginar uma coisa dessas e que seria alguém que em nada tem a ver com o personagem.
Escritores realmente possuem mentes férteis e retiram inspirações de onde menos possamos imaginar, apenas é um fato que todo autor coloca muito de si em seus personagens, mesmo que ele próprio não se dê conta disto ou não queira assumir.
Agradeço imensamente pela visita ao meu blogue e ao seu comentário, vejo que lê e presta atenção ao que lê, prova disto foi o comentário longo que fez. Dou muito crédito a quem faz isto, demonstra ter conteúdo e saber avaliar, questionar. De forma alguma seu comentário foi mal interpretado, deixo claro, percebi que era sim uma opinião pessoal e, talvez, eu não tenha me expressado muito claramente quando me referi a decisões e as outras pessoas. É que vejo muitas pessoas, principalmente nesta época que ocorreu vestibular, renunciando a profissões que desejavam porque os pais não estavam de acordo. Pensando nisto eu disse que as escolhas para nossas vidas, são somente nós que arcamos depois e não podemos deixar que escolham por nós, mas é claro, você não é vidente e não poderia imaginar a que estava me referindo, só compreenderam os seguidores que estão passando ou passaram por situações semelhantes.
Rapaz, eu gostei muito do seu jeito de escrever e espero que não se importe com meu método de blogar, eu não costumo responder aos comentários na própria caixa de comentários do blogue, contanto, nunca deixo nenhuma pessoa que comenta no vácuo, por esta razão, respondo na caixa de comentários de quem comentou.
Já curti a página no Facebook e também participo da comunidade do Orkut. Sim, sou dos últimos sobreviventes de lá.
Adorei conhecer o blog e ja vou ficar por aqui pra voltar mais vezes. Adorei a resenha e adoro esse maravilhoso e consagrado mundo desse agente secreto James Bond. Voltarei pra ler outros post. Ótima semana.
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