quinta-feira, 15 de novembro de 2012

GONZAGA - De pai para filho


SEPARADOS PELA VIDA, UNIDOS PELA MÚSICA
Sensacional, emocionante, engraçado...brlhante. Esses são alguns dos adjetivos que escutei as pessoas, ainda com lágrima nos olhos, falando ao final da exibição do filme GONZAGA – De pai para filho que conta um pouco da vida do “Rei do Baião” Luis Gonzaga (que se estivesse vivo iria completar 100 anos no próximo de 13 de dezembro) e sobre a sua difícil relação com o seu filho, também músico, Gonzaguinha.
Adélio Lima e Julio Andrade, pai e filho discutindo relação
O filme é uma mistura de narrativa contínua com flashback e até um pouco de documentário. Acontece baseado numa conversa entre pai (Adélio Lima interpretando Gonzaga na velhice) e filho (Julio Andrade dando um show de interpretação com o Gonzaguinha na fase adulta) que vão lembrando os fatos do passado e também expondo suas magoas, suas tristezas e seus erros que ambos tiveram um com o outro. E acreditem, há momentos extremamente emocionantes mesclados com cenas muito engraçadas da vida de Gonzaga.
Land Vieira e Cecilia Dassi
O flashback começa mostrando um Luis Gonzaga jovem, apaixonado e metido a valente interpretado por Land Vieira. Desde jovem Gonzaga já demonstrava seu talento com a sanfona, mas que não passava de mais um tocador pobre em Exu, sua cidade natal no sertão de Pernambuco. Depois de uma breve discussão com o Coronel (Domingos Montagner) pai da sua amada Nazinha, interpretada pela bela Cecília Dassi (que ano passado tivemos a honra de tirar uma foto com ela no AFF) e de levar uma pisa de sua mãe, Gonzaga decide deixar Exu e ir se alistar no exército ficando ali por 10 anos.
Eu e Cecília Dassi no AFF do ano passado
Depois desse período, quem entra em cena interpretando Gonzaga é Chambinho do Acordeon e ai que vamos ver como o desconhecido Luis Gonzaga se transforma no “Rei do Baião” e como começa a surgir os conflitos que levam pai e filho. Durante a década de 50 também vimos como se originou seus principais sucessos, dando destaque para 17700, Respeita Januario, e Qui nem Jiló. E atenção para uma das partes mais engraçadas do filme que é quando ele vai atrás, literalmente, dos seus músicos “salário mínimo” e “custo de vida”, o anão e o engraxate, simplesmente sensacional.
Chambinho do Acordeon interpretando Gonzaga no inicio da carreira.
Na verdade, esse novo filme de Breno Silveira, traz a história de dois ícones da musica brasileira. Uma história marcada por desencontros entre pai e filho que passaram a vida tentando se entender. O projeto do filme surgiu a partir de depoimentos gravados pelo próprio Gonzaguinha. Isso torna GONZAGA não só um filme e sim uma cinebiografia. Do roteiro até a edição final o filme levou sete anos para ser concluído e custou cerca de 12 milhões de reais. As filmagens aconteceram em Curaçá, no sertão da Bahia, próximo a Pernambuco. 
Chambinho interpretando Gonzaga, agora o Rei do Baião.
A escolha do elenco envolveu teste com mais de 5mil candidatos para viver Gonzaga e Gonzaguinha (que além de ser interpretado por Julio Andrade, também é vivido por Alison Santos quando menino e Giancarlo Di Tommaso quando jovem). Fora a semelhança física e o carisma, os atores tinham que saber cantar e ter conhecimentos musicais. E o resultado ficou muito bom e funciona em cena. Os figurinos, cenários e fotografia atuam com elegância, a trama, dando a atmosfera certa ao período que as cenas pretendem retratar.
Julio Andrade interpretando Gonzaguinha
E o filme também mostra como foi difícil a infância de Luis Gonzaga do Nascimento Junior longe do seu pai, tendo que viver com os pais adotivos Dina e Xavier (Silvia Buarque e Luciano Quirino) e do seu difícil relacionamento com sua madastra Helena (Roberta Gualda). E mais uma vez vale ressaltar o trabalho de caracterização de Julio Andrade, é impressionante, como ele emula a voz e a linguagem corporal do cantor com perfeição.

Silvia Buarque e Luciano Quirino durante as gravações.
O filme com certeza irá agradar a todos e deixar muitas pessoas com lágrimas nos olhos ao ver o drama familiar de pai e filho. Sem falar também que é uma grande homenagem a um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, filho do velho Januário, inventor do baião, autor de quase 200 discos ao longo de 50 anos de carreira e criador dos maiores clássicos do nosso cancioneiro popular e que também ajudou a quebrar o preconceito contra a música regional.  
De pai para filho
Cinemeirosnews viu e recomenda, agora é com vocês. Até a próxima, câmbio e desligo :D

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