SEPARADOS PELA VIDA, UNIDOS PELA MÚSICA |
Sensacional, emocionante,
engraçado...brlhante. Esses são alguns dos adjetivos que escutei as pessoas,
ainda com lágrima nos olhos, falando ao final da exibição do filme GONZAGA – De
pai para filho que conta um pouco da vida do “Rei do Baião” Luis Gonzaga (que se estivesse vivo iria completar 100 anos
no próximo de 13 de dezembro) e sobre a sua difícil relação com o seu
filho, também músico, Gonzaguinha.
Adélio Lima e Julio Andrade, pai e filho discutindo relação |
O filme é uma mistura de
narrativa contínua com flashback e até um pouco de documentário. Acontece
baseado numa conversa entre pai (Adélio Lima interpretando Gonzaga na velhice)
e filho (Julio Andrade dando um show de interpretação com o Gonzaguinha na fase
adulta) que vão lembrando os fatos do passado e também expondo suas magoas,
suas tristezas e seus erros que ambos tiveram um com o outro. E acreditem, há
momentos extremamente emocionantes mesclados com cenas muito engraçadas da vida
de Gonzaga.
Land Vieira e Cecilia Dassi |
O flashback começa mostrando
um Luis Gonzaga jovem, apaixonado e metido a valente interpretado por Land
Vieira. Desde jovem Gonzaga já demonstrava seu talento com a sanfona, mas que
não passava de mais um tocador pobre em Exu, sua cidade natal no sertão de
Pernambuco. Depois de uma breve discussão com o Coronel (Domingos Montagner)
pai da sua amada Nazinha, interpretada pela bela Cecília Dassi (que ano passado
tivemos a honra de tirar uma foto com ela no AFF) e de levar uma pisa de sua
mãe, Gonzaga decide deixar Exu e ir se alistar no exército ficando ali por 10
anos.
Eu e Cecília Dassi no AFF do ano passado |
Depois desse período, quem
entra em cena interpretando Gonzaga é Chambinho do Acordeon e ai que vamos ver
como o desconhecido Luis Gonzaga se transforma no “Rei do Baião” e como começa
a surgir os conflitos que levam pai e filho. Durante a década de 50 também
vimos como se originou seus principais sucessos, dando destaque para 17700,
Respeita Januario, e Qui nem Jiló. E atenção para uma das partes mais
engraçadas do filme que é quando ele vai atrás, literalmente, dos seus músicos “salário
mínimo” e “custo de vida”, o anão e o engraxate, simplesmente sensacional.
Chambinho do Acordeon interpretando Gonzaga no inicio da carreira. |
Na verdade, esse novo filme
de Breno Silveira, traz a história de dois ícones da musica brasileira. Uma história
marcada por desencontros entre pai e filho que passaram a vida tentando se
entender. O projeto do filme surgiu a partir de depoimentos gravados pelo próprio
Gonzaguinha. Isso torna GONZAGA não só um filme e sim uma cinebiografia. Do
roteiro até a edição final o filme levou sete anos para ser concluído e custou
cerca de 12 milhões de reais. As filmagens
aconteceram em Curaçá, no sertão da Bahia, próximo a Pernambuco.
Chambinho interpretando Gonzaga, agora o Rei do Baião. |
A escolha do elenco envolveu
teste com mais de 5mil candidatos para viver Gonzaga e Gonzaguinha (que além de
ser interpretado por Julio Andrade, também é vivido por Alison Santos quando
menino e Giancarlo Di Tommaso quando jovem). Fora a semelhança física e o carisma,
os atores tinham que saber cantar e ter conhecimentos musicais. E o resultado
ficou muito bom e funciona em cena. Os figurinos, cenários e fotografia atuam com elegância, a trama, dando a
atmosfera certa ao período que as cenas pretendem retratar.
Julio Andrade interpretando Gonzaguinha |
E
o filme também mostra como foi difícil a infância de Luis Gonzaga do Nascimento
Junior longe do seu pai, tendo que viver com os pais adotivos Dina e Xavier (Silvia
Buarque e Luciano Quirino) e do seu difícil relacionamento com sua madastra
Helena (Roberta Gualda). E mais uma vez vale ressaltar o trabalho de caracterização
de Julio Andrade, é impressionante, como ele emula a voz e a linguagem corporal
do cantor com perfeição.
Silvia Buarque e Luciano Quirino durante as gravações. |
O
filme com certeza irá agradar a todos e deixar muitas pessoas com lágrimas nos
olhos ao ver o drama familiar de pai e filho. Sem falar também que é uma grande
homenagem a um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, filho do velho Januário, inventor do
baião, autor de quase 200 discos ao longo de 50 anos de carreira e criador dos
maiores clássicos do nosso cancioneiro popular e que também ajudou a quebrar o preconceito
contra a música regional.
De pai para filho |
Cinemeirosnews viu e recomenda, agora é com vocês. Até a próxima, câmbio e desligo :D
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