Por: Alexandro Castro Na semana passada fui convidado pelo meu amigo dos tempos de colégio Érico, para escrever uma crítica sobre o filme “Happy Feet 2” para o blog cinemeirosnews. Só agora a crítica sai, em partes pela falta de tempo para escrever durante a semana, em partes também pelo sentimento um tanto quanto negativo que tive com a película.
Primeiramente, a maioria das pessoas chama filmes como Happy Feet de “animação”. Tecnicamente, não é fácil alojar a obra dentro de alguma categoria artística, pois o filme é na verdade um processo de “Imagery”, algo sem tradução direta na nossa língua e que diz respeito as técnicas de geração de imagem através da computação gráfica e demais traquitanas tecnológicas digitais. Fato é que, animação propriamente dita, não é. Tanto que a academia optou por criar uma categoria específica de “captura de performance” para filmes assim.O primeiro filme inicial (notem minha recusa em chamar Happy Feet de animação, mas me perdoem por isso, pois é provavelmente implicância de quem trabalha na área) foi muito bem aceito, aclamado pela crítica e pelo público, trouxe a técnica de captura para um novo nível e apresentou um enredo muito envolvendo, engraçado, rico e com imagens absurdamente lindas. O primeiro Happy Feet foi definitivamente diversão para crianças e adultos. Produto de um projeto que levou mais de uma década para ser iniciado, precisou de quatro anos de produção para ser concluído, metade desse tempo gasto apenas no desenvolvimento das tecnologias necessárias para o filme.Happy Feet 2, no entanto, sofre da síndrome da “continuação na marra”, quando estúdios buscando apenas o lucro, forçam uma continuidade para qual o filme inicial não foi planejado e não deixou tantas brechas.De cara, percebemos algo como “o que vamos fazer com os personagens?”, pois todos foram muito bem apresentados e desenvolvidos no primeiro filme e não há muito o que adicionar (esse é o problema com roteiros muito bem feitos). A solução encontrada é apresentar novos pequenos personagens, como o filho do pinguim Mano e dois minúsculos camarões que funcionam como “pícaros” na estória. Esses dois últimos personagens trazem para si a responsabilidade da maior parte do humor na estória, mas de forma muito paralela, sem nunca realmente intervir em absolutamente nada, mesmo quando pensam que o fazem. Ramon, o pinguim galanteador aparece na película com menos brilhantismo que no filme inicial, com um menor número de piadas e nem sempre tão bem colocadas como antes. Ele, que quase roubou a cena no primeiro (de fato, creio que roubou em alguns momentos) torna-se realmente um coadjuvante nessa sequência. Amoroso, o eterno contador exagerado de estórias, torna-se um bajulador de um pinguim com super poderes, que mais tarde descobre ser apenas um papagaio do mar. Por último, temos a relação entre Mano, Glória e seu filho, tentando apresentar um conflito que em nenhum momento se torna conflituoso de verdade.A partir daí, com tantos outros personagens esquecidos ou desaparecidos da estória, a trama tenta se amarrar em uma situação na qual os pinguins se encontram presos entre blocos de icebergs e precisam encontrar uma forma de sair para se alimentarem. Quase toda a estória se passa nesse pequeno palco, com “tentativas” seguidas de reviravoltas sem que o expectador realmente embarque em nenhuma delas. O longa vai se arrastando e realmente se transformando em “longo”, difícil de acabar, se transformando em um exercício de paciência até para as crianças (muitas na sala se inquietaram, e uma delas atrás de mim passou a brincar de puxar meus cabelos. Não se fazem mais pais atenciosos como antigamente).A melhor parte do filme fica por conta da trilha sonora, como sempre, especialmente as faixas do Queen. Mesmo assim, na versão dublada essa parte também é sofrível, pois nas músicas dubladas notamos a inaptidão dos nossos dubladores para a arte do canto, e em algumas outras músicas eles simplesmente desistiram da dublagem e deixaram tudo em inglês mesmo.
Meu conselho sobre Happy Feet 2 é... comprem o DVD.
Essa foi a opinião sincera de Alexandro Castro e antes que alguém possa julgá-lo radical, veja um pouco o “currículo” dele e digam se ele não tem gabarito para fazer uma boa análise. Profissão: Designer. Experiência: 9 anos como animador e motion designer em Manaus, com curtas de animação premiados regionalmente e nacionalmente, tendo participado de 2 edições do anima mundi. Recentemente animou personagens para o estudio de games canadense Ossian Studios e agora é um "cinemeiro-estagiário" hehehe....
Até a próxima pessoal. Câmbio e desligo
gostei muito!!
ResponderExcluirbem q poderiam fazer isso cm os filmes de terror,vai fik mt show!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEsse filme deve ser mesmo muito bom, pelo menos o primeiro filme foi muito legal! Parabens Peninha, seu blog de filmes é muito bom!
ResponderExcluirHappy Feet é um filme indicado para todas as idades, ótimo pra assistir com a família reunida. Muito bom
ResponderExcluirÁkila Camila
[legal perceber os comentários de "leitores" que parecem não ter lido a resenha]
ResponderExcluir.
Parabéns pela análise sóbria do filme e por ter buscado referências em sua área de especialização para analisá-lo, este foi o diferencial de teu texto... Confesso que não tenho muita curiosidade de assistir ao filme, sempre tenho um pé atrás com "continuações" (Toy Story foi minha exceção)...
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http://sublimeirrealidade.blogspot.com/2011/12/alphaville.html
O primeiro Happy Feet assisti no cinema e achei muito bom, pena que muitos confundiam com TA DANDO ONDA que era outro filme sobre pinguiins só que nesse caso, os pinguins eram surfistas e não dançarinos. Quando ouvi falar que teria o segundo a primeira pergunta que me veio à cabeça foi, pq? sim, pq já que tds as pontas foram bem amarradas no primeiro que conseguiu emocionar e passar uma bela mensagem. Agora, depois dessa crítica sincera do meu amigo Alexandro, só tive a suspeita do que imaginava e confesso que vou guardar meu suado dinheirinho para ver algo melhor. E aqui no blog é assim, quem disse que a gente só comenta o que é bom, porém essa questõ de gosto é sempre muito pessoal pois tem sempre quem discorde e acaba se agradando pois viu o filme com "outros olhos" e isso faz parte da magia do cinema. Um abraço e leiam antes de comentar ok.
ResponderExcluirÉrico Pena
Olá, querido Pena! Quanto tempo!!!
ResponderExcluirSaudades!
Happy Feet é da hora - fofinho, engraçado e tem uma moral bacana. Agora temos o dois... E eu preciso assistir.
Apareça no Café, ansiosa por uma visita sua.
T.S. Frank
www.cafequenteesherlock.blogspot.com