domingo, 7 de fevereiro de 2016

Snoopy e Charlie Brown – Peanuts, o Filme




Olá cinemeiros! Sou Luciana Costa e estou fazendo uma participação especial por aqui, a convite da cinemeira honorária Nyvian. O filme que me traz aqui é uma animação leve e divertida lançada nesse início de 2016 nos cinemas aqui no Brasil: Snoopy e Charlie Brown – Peanuts, o Filme.
Para quem não conhece, Charlie Brown, Snoopy e toda a sua turma são personagens criados por Charles M. Schulz na década de 1950. É um filme que brinca com os adultos que cresceram com as tirinhas de jornal. Mas se você não conhece, não há problema, pois também vai se divertir e muito. O filme traz todo o mundo dos Peanuts para um novo público, as crianças.
O filme começa no inverno, quando chega a primeira neve, não há aulas nas escolas, e todos correm para patinar no lago gelado. Charlie Brown, no seu jeito característico, tenta mais uma vez empinar uma pipa – em pleno inverno! – sem sucesso. Com isso, todos os personagens vão sendo apresentados para a nova geração.
Charlie Brown vive as voltas de sua insegurança, por quase nunca conseguir completar algo que tente fazer e tudo fica mais evidente quando um fato inesperado acontece: a chegada da Garotinha Ruiva, por quem o nosso querido protagonista se apaixona a primeira vista. A partir daí, o mundo de Charlie Brown gira em torno de causar uma “primeira boa impressão” à menina. Com a ajuda de seu amigo beagle Snoopy, ele planeja várias formas de impressionar e se apresentar a Garotinha Ruiva, todas que trazem muitos momentos hilários e, por vezes, comoventes.
Paralelamente, Snoopy e Woodstock participam de várias aventuras criadas pela mente criativa de nosso querido cão, escritas em sua famosa máquina de escrever. Snoopy se torna o Ás Aviador e enfrenta batalhas aéreas contra o Barão Vermelho, seu arqui-inimigo. As duas estórias são costuradas pelos eventos que ocorrem na tentativa de Charlie Brown de conhecer a Garotinha Ruiva (sim, ela não tem nome), dando um ritmo de ação e aventura pelos céus franceses (!). No fim, ficam as belas mensagens de amor, amizade, generosidade, honestidade e perseverança.

A animação é muito feliz em trazer as características de todos os personagens, desde a própria vinheta da distribuidora até os créditos finais. Muitas referências as tirinhas são feitas, trazendo toda a nostalgia de quem as acompanha a muito tempo, portanto atenção aos detalhes é crucial. O filme também foi graficamente bem produzido, respeitando os traços de todos os personagens, ao mesmo tempo em que tem a nova roupagem da tecnologia. Alguns exemplos são a neve, as árvores e o pelo de Snoopy, que por vezes até lembra uma pelúcia. Os traços originais também são homenageados, nos momentos em que os pensamentos são animações em 2D das próprias tiras de Schulz.
Tudo isso faz de Snoopy e Charlie Brown – Peanuts, o Filme um belo casamento do antigo e o novo, sem perder o encanto original. É uma comédia com pitadas nonsense, que apresenta o universo infantil em toda a sua beleza e simplicidade, onde adultos não tem vez (tanto que não aparecem e são apenas assinaturas e ruídos indecifráveis). Portanto, minha sugestão é desfazer-se por um tempo do papel de adulto, permitir-se a voltar a ser criança, e chamar os filhos e/ou sobrinhos para assistir. Esta animação é para todos os públicos mesmo, diversão sem restrições!

Fico por aqui, obrigada pela atenção de todos e até uma próxima (quem sabe) participação especial!

Nossos singelos agradecimentos à cinemeira honorária Lu Costa e não deixem de conferir também o vídeo da turma do Cinemeirosnews com os comentários sobre o filme

sábado, 30 de janeiro de 2016

DJANGO LIVRE





Djando Livre (Django Unchained, 2012) é um filme que mostra a transformação de um escravo submisso a um herói corajoso. Uma mistura de faroeste, lendas alemãs, referências pop, cenas divertidas e litros e litros e litros de sangue (aff...) para contar a história de um negro que agora quer reencontrar seu grande amor e se vingar dos seus tiranos.
Django (Jamie Foxx) tem seu destino completamente alterado quando é comprado pelo Dr. King Schultz (Christoph Waltz), alemão caçador de recompensas que precisa da ajuda de Django para caçar os próximos procurados pela polícia. Ele (Schultz) é peça chave na mudança de Django quando diz "No meu mundo, você suja as mãos".  Penso nele como se o autor do filme quisesse dizer algo além com a personagem. Ora, um alemão que se torna amigo de um negro, que o ajuda pondo em risco a própria vida, vai até na contramão da História (Alemanha Nazista, a raça ariana) e até da própria cultura dos EUA, onde o racismo ainda é forte em muitos lugares.
Schultz liberta Django assim que a missão é cumprida. Depois de liberto, Django continua na estrada com Schultz, de quem agora é parceiro e a amizade surgida a partir daí é verdadeira. O clímax da história é a hora do grande desafio: enfrentar o poderoso Calvin Candie (Leonardo DiCaprio) para libertar sua esposa, Broomhilda (Kerry Washington).
Stephen (Samuel L. Jackson) é uma personagem a parte também. Ele é um velho capataz negro, da casa de Calvin Candie, que oprime outros negros. Olha que ironia. E ainda fala "esse negro vai dormir aqui?" Ele trata com muita lealdade o senhor Candie, mas age como um branco tirano com os demais escravos e é ele justamente a pedra do sapato de Django. 
Bom, o sr. Candie é o branco racista que todo filme de escravos tem. O encanto da atuação de DiCaprio é a ironia e o sarcasmo quando trata Django, ao lado de Schultz, como convidado na frente dos demais negros. As risadas, os olhares debochados quando oferece a sobremesa do jantar "Bolo branco?"
Dos muitos detalhes e referências que o filme tem, gostaria de atentar o da fotografia também. Por ser um filme faroeste, a fotografia é muito rica e dá gosto de ver o: jogo de sombras, o andar com as vestimentas das mulheres, o gracejo e o dominar dos homens para com os cavalos e a bala que nunca erra seu alvo até mesmo quando este está em movimento.

Uma cena bem interessante é quando Django dá uma surra de chicote num branco que castigava escravos. Conseguimos sentir toda a raiva  descontada de Django em anos de escravidão .É como se ele desse uma chicotada em cada branco castigador maldito.
Com toda sinceridade, filmes com muito sangue me dá náuseas e outras reações. Nunca pensei que um dia diria isso, mas eu consegui assisitir a um filme de Tarantino e gostei: Django Livre. E você, gostou do filme?
Hasta la vista, baby!
Por Nyvian Barbosa, cinemeira honorária

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O CANDIDATO HONESTO




O ministério Cinemeiro adverte, nesta resenha há spoiler. 

Cá estamos nós para mais uma temporada de críticas de filmes que mais gostamos! Como sou fã de carteirinha de produtos nacionais e torço para que um dia se tornem referência internacional, vou começar pelo filme O Candidato Honesto (2014). Ok, sei que já faz dois anos, mas tem coisas na obra que continuarão atuais por muito tempo.
Inicio dizendo que O Candidato Honesto é basicamente uma cópia, a là brezilien de, O Mentiroso, em inglês Liar Liar, filme de (pasmem) 1996. Mas só basicamente mesmo, pois são contextos diferente usando a mesma ideia. Você assistiu a Liar Liar? Sim, mas não se lembra? Tudo bem, a gente refresca a memória:

Fletcher Reede (Jim Carrey) é um advogado que, por meio de um pedido de aniversário do filho pequeno, fica sem poder mentir por 24 horas. Por aí você conclui o nível de honestidade do advogado. Já o nosso amantíssimo candidato a presidência da república, João Ernesto Praxedes (Leandro Hassum), fica sem poder mentir por causa da mandiga de sua avozinha índia à beira da morte. E agora: como vencer as eleições falando apenas verdades? Aí começam as confusões. Há que dissesse que é comédia pastelão infantil e boba há quem concorde com isso. Pode até ser pastelão, mas não tem nada de infantil nem boba. 


Primeiro que o contexto da obra foi em meio às eleições do nosso país de fato. Estávamos em plena campanha presidencial e, para completar, com segundo turno; com direito até a candidatos ambientalistas. As personagens, algumas falas do filme são tão pertinentes à nossa realidade que só vi verdades. 
A obra por si só já é uma ironia, uma comédia que homenageia a política brasileira. A política brasileira é uma comédia. A cara de pau do Hassum lembra tanto algumas caras do nosso respeitável congresso, que só nos resta rir mesmo. A crítica à nossa realidade se expõe até mesmo no final, expressando o desejo (tenho certeza) de cada cidadã(ão): o candidato retira a candidatura e percebe que até os concorrentes são todos farinha do mesmo saco!

Assim como O Mentiroso, O Candidato Honesto se regenera ao ver os estragos de tanta mentira. O elenco também é muito bom, a ideia de satirizar alguns programas da televisão também compõe enredo. Pelo menos a obra nos dá o prazer de rir um pouco do trágico contexto da realidade política brasileira. O modo pastelão dá essa leveza à obra. O famoso "Seria cômico se não fosse trágico".  

E você, caríssimo ou caríssima que nos dá a honra de sua leitura, como ficaria se não pudesse mais
 mentir?


Por Nyvian Barbosa, cinemeira honorária