sábado, 30 de janeiro de 2016

DJANGO LIVRE





Djando Livre (Django Unchained, 2012) é um filme que mostra a transformação de um escravo submisso a um herói corajoso. Uma mistura de faroeste, lendas alemãs, referências pop, cenas divertidas e litros e litros e litros de sangue (aff...) para contar a história de um negro que agora quer reencontrar seu grande amor e se vingar dos seus tiranos.
Django (Jamie Foxx) tem seu destino completamente alterado quando é comprado pelo Dr. King Schultz (Christoph Waltz), alemão caçador de recompensas que precisa da ajuda de Django para caçar os próximos procurados pela polícia. Ele (Schultz) é peça chave na mudança de Django quando diz "No meu mundo, você suja as mãos".  Penso nele como se o autor do filme quisesse dizer algo além com a personagem. Ora, um alemão que se torna amigo de um negro, que o ajuda pondo em risco a própria vida, vai até na contramão da História (Alemanha Nazista, a raça ariana) e até da própria cultura dos EUA, onde o racismo ainda é forte em muitos lugares.
Schultz liberta Django assim que a missão é cumprida. Depois de liberto, Django continua na estrada com Schultz, de quem agora é parceiro e a amizade surgida a partir daí é verdadeira. O clímax da história é a hora do grande desafio: enfrentar o poderoso Calvin Candie (Leonardo DiCaprio) para libertar sua esposa, Broomhilda (Kerry Washington).
Stephen (Samuel L. Jackson) é uma personagem a parte também. Ele é um velho capataz negro, da casa de Calvin Candie, que oprime outros negros. Olha que ironia. E ainda fala "esse negro vai dormir aqui?" Ele trata com muita lealdade o senhor Candie, mas age como um branco tirano com os demais escravos e é ele justamente a pedra do sapato de Django. 
Bom, o sr. Candie é o branco racista que todo filme de escravos tem. O encanto da atuação de DiCaprio é a ironia e o sarcasmo quando trata Django, ao lado de Schultz, como convidado na frente dos demais negros. As risadas, os olhares debochados quando oferece a sobremesa do jantar "Bolo branco?"
Dos muitos detalhes e referências que o filme tem, gostaria de atentar o da fotografia também. Por ser um filme faroeste, a fotografia é muito rica e dá gosto de ver o: jogo de sombras, o andar com as vestimentas das mulheres, o gracejo e o dominar dos homens para com os cavalos e a bala que nunca erra seu alvo até mesmo quando este está em movimento.

Uma cena bem interessante é quando Django dá uma surra de chicote num branco que castigava escravos. Conseguimos sentir toda a raiva  descontada de Django em anos de escravidão .É como se ele desse uma chicotada em cada branco castigador maldito.
Com toda sinceridade, filmes com muito sangue me dá náuseas e outras reações. Nunca pensei que um dia diria isso, mas eu consegui assisitir a um filme de Tarantino e gostei: Django Livre. E você, gostou do filme?
Hasta la vista, baby!
Por Nyvian Barbosa, cinemeira honorária

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O CANDIDATO HONESTO




O ministério Cinemeiro adverte, nesta resenha há spoiler. 

Cá estamos nós para mais uma temporada de críticas de filmes que mais gostamos! Como sou fã de carteirinha de produtos nacionais e torço para que um dia se tornem referência internacional, vou começar pelo filme O Candidato Honesto (2014). Ok, sei que já faz dois anos, mas tem coisas na obra que continuarão atuais por muito tempo.
Inicio dizendo que O Candidato Honesto é basicamente uma cópia, a là brezilien de, O Mentiroso, em inglês Liar Liar, filme de (pasmem) 1996. Mas só basicamente mesmo, pois são contextos diferente usando a mesma ideia. Você assistiu a Liar Liar? Sim, mas não se lembra? Tudo bem, a gente refresca a memória:

Fletcher Reede (Jim Carrey) é um advogado que, por meio de um pedido de aniversário do filho pequeno, fica sem poder mentir por 24 horas. Por aí você conclui o nível de honestidade do advogado. Já o nosso amantíssimo candidato a presidência da república, João Ernesto Praxedes (Leandro Hassum), fica sem poder mentir por causa da mandiga de sua avozinha índia à beira da morte. E agora: como vencer as eleições falando apenas verdades? Aí começam as confusões. Há que dissesse que é comédia pastelão infantil e boba há quem concorde com isso. Pode até ser pastelão, mas não tem nada de infantil nem boba. 


Primeiro que o contexto da obra foi em meio às eleições do nosso país de fato. Estávamos em plena campanha presidencial e, para completar, com segundo turno; com direito até a candidatos ambientalistas. As personagens, algumas falas do filme são tão pertinentes à nossa realidade que só vi verdades. 
A obra por si só já é uma ironia, uma comédia que homenageia a política brasileira. A política brasileira é uma comédia. A cara de pau do Hassum lembra tanto algumas caras do nosso respeitável congresso, que só nos resta rir mesmo. A crítica à nossa realidade se expõe até mesmo no final, expressando o desejo (tenho certeza) de cada cidadã(ão): o candidato retira a candidatura e percebe que até os concorrentes são todos farinha do mesmo saco!

Assim como O Mentiroso, O Candidato Honesto se regenera ao ver os estragos de tanta mentira. O elenco também é muito bom, a ideia de satirizar alguns programas da televisão também compõe enredo. Pelo menos a obra nos dá o prazer de rir um pouco do trágico contexto da realidade política brasileira. O modo pastelão dá essa leveza à obra. O famoso "Seria cômico se não fosse trágico".  

E você, caríssimo ou caríssima que nos dá a honra de sua leitura, como ficaria se não pudesse mais
 mentir?


Por Nyvian Barbosa, cinemeira honorária